29 de junho, de 2023 | 14:33

TSE interrompe sessão com placar de 3x1 contra Bolsonaro, levantando possibilidade de sua inelegibilidade

A acusação central se baseia em declarações difamatórias de Bolsonaro, sem apresentação de provas, relacionadas ao sistema eleitoral brasileiro.

No último dia 29, o ex-presidente Jair Bolsonaro, filiado ao Partido Liberal (PL), teve continuidade o julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Até o momento, o placar está em 3 votos a 1 a favor da declaração de inelegibilidade de Bolsonaro por um período de oito anos. A sessão foi interrompida e será retomada nesta sexta-feira (30), às 12h.

O julgamento em andamento tem sido marcado por votos e divergências entre os ministros. A terceira sessão teve início com o voto divergente do ministro Raul Araújo, que defendeu a rejeição das acusações contra Bolsonaro. No entanto, os votos subsequentes dos ministros Floriano de Azevedo Marques e André Ramos Tavares foram a favor da condenação do ex-presidente. Esses votos se alinharam à posição do relator do caso, ministro Benedito Gonçalves, que já havia se manifestado pela condenação na terça-feira (27), citando abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação por parte de Bolsonaro.

Em relação ao vice-presidente da chapa de Bolsonaro, Walter Braga Netto, houve unanimidade entre os quatro ministros que já votaram: todos rejeitaram as acusações contra ele, indicando uma possível absolvição.

Ainda faltam os votos de três membros do TSE: a ministra Cármen Lúcia e os ministros Nunes Marques e Alexandre de Moraes, que é o presidente do tribunal.

O julgamento de Bolsonaro tem como base uma reunião que ele realizou com embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada. As acusações se concentram em declarações difamatórias feitas por Bolsonaro, sem apresentação de provas, sobre o sistema eleitoral brasileiro. A reunião, que foi transmitida pela TV oficial do governo, ocorreu pouco antes do início do período eleitoral e envolveu ataques de Bolsonaro às urnas e ao sistema eleitoral, com repetição de alegações de fraudes já desmentidas.